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Software parametrizável ou personalizável, qual a melhor estratégia para desenvolvimento?

Roberto Padilha
22 de outubro de 2025

É muito comum que empresas sofram as consequências de um legado de decisões tecnológicas tomadas sem uma visão de longo prazo ou sem considerar os impactos futuros. 

Para qualquer empresa que desenvolva software, decidir quando e como modificar o sistema é um processo que exige responsabilidade e uma análise técnica criteriosa. Muitas vezes, o custo de manter um código mal estruturado é muito maior do que o esforço de reescrevê-lo da forma correta

São diversas as estratégias que podem ser adotadas para desenvolver soluções sistêmicas. Por exemplo: softwares de prateleira, desenvolvidos de forma unitária e escalável; soluções com componentes acopláveis; sistemas parametrizáveis, com rotinas que podem ser ligadas ou desligadas; e softwares personalizáveis, que permitem codificar soluções sob um core base.  

Cada abordagem tem suas vantagens e desvantagens — tudo depende do problema que se pretende resolver e do público que se quer atender. Vamos entender mais sobre isso? 

Escolhendo a melhor estratégia de desenvolvimento para cada perfil de empresa  

A estratégia adotada na concepção de uma solução sistêmica pode mudar muito dependendo de qual objetivo se pretende alcançar. Um fator importante é: para quem está sendo desenvolvido? Ou seja, qual o perfil do seu público-alvo?  

Decisões de escopo e alinhamento de expectativas também impactam diretamente o sucesso desses projetos. Para entender melhor os desafios e riscos desse processo, leia o artigo Escopo fechado: o que é e quais seus riscos em projetos de software.

Para exemplificar, tomaremos como base uma solução ERP (sistema integrado de gestão). Assim podemos imaginar situações práticas e definir cenários hipotéticos para cada perfil de empresa.  

Dependendo do movimento operacional, estratégia e capacidade financeira, as empresas podem 1) querer melhorar seus processos, 2) apenas sistematizar processos que já estão bem definidos, 3) estar focadas em melhorar seus resultados, dentre muitos outros objetivos. Vamos entender três perfis de empresas e que tipo de solução pode ser mais adequada.   

Imagine uma micro e pequena empresa que está crescendo. Ela precisa informatizar, definir processos básicos e tem uma geração de caixa limitada e investida em estoque. Normalmente esse perfil de empresa buscará um “software de caixinha”, isto é, que não permite nenhum tipo de ajuste, para atender a demanda de faturamento e controles financeiros e operacionais básicos, pois tem um custo baixo e pode ajudar a definir processos. 

Uma pequena e média empresa, que cresceu rápido e agora precisa organizar-se para se tornar mais sustentável e competitiva, precisa colocar toda sua informação em uma única base para que sua alta gestão tenha condições de tomar decisões acertadas. Uma forma de atender as expectativas desse perfil de empresa é utilizar um software mais robusto, que permita acoplar soluções e/ou desenvolver personalizações que atendam regras específicas para não deixar controles fora do sistema. 

Por fim, as grandes empresas, com processos bem definidos e com uma boa saúde financeira, não têm restrições que as impeçam de criar uma equipe ou contratar uma empresa para desenvolver uma solução sob medida para atender de forma muito peculiar todos os seus processos. 

Software configurável: um meio-termo necessário  

Pessoa mexendo no computador avaliando se a melhor solução é um software parametrizável ou personalizável, com ícones de segurança, dados entre outros na tela.
A escolha do software ideal deve ser feita junto a uma empresa de desenvolvimento de software, levando em consideração o cenário completo a ser analisado.

Com base nesses perfis, podemos dizer que os softwares de prateleira e os projetos sob medida ocupam extremos de um mesmo espectro. Entre eles, está o software configurável, que busca oferecer personalização dentro de limites sustentáveis. Essa abordagem permite atender empresas que necessitam de ajustes específicos sem elevar o custo de aquisição ou manutenção a níveis inviáveis. 

Criar um sistema configurável é, no entanto, uma tarefa complexa. Cada parâmetro adicionado ao código aumenta a possibilidade de combinações e, consequentemente, a dificuldade de testes. Com o tempo, um software excessivamente parametrizado pode se tornar humanamente intestável. 

Por outro lado, um sistema personalizável sobre um core sólido pode garantir flexibilidade sem comprometer a manutenibilidade. Nessa abordagem, o cliente tem autonomia para criar telas, campos, relatórios, validações e processos próprios, enquanto o núcleo do sistema mantém sua integridade e capacidade de evolução. 

Qual a melhor forma de deixar sistemas configuráveis? 

Sistemas configuráveis fazem com que a empresa não tenha que trocá-los por não atender determinadas regras de negócio particulares. Façamos algumas perguntas antes de decidirmos deixar um software personalizável: será mais viável ter um sistema com muitas regras de negócio parametrizáveis, ou um core central robusto que permita personalizar as necessidades do cliente?  

Outra questão importantíssima é o custo. Será necessário avaliar quanto custa manter, evoluir, homologar e analisar impactos de cada funcionalidade do seu sistema. Você já pensou nisso? 

Criar parâmetros para ligar e desligar processos específicos no software não seria um problema se com o passar do tempo as combinações de parametrizações não aumentassem a complexidade, chegando ao ponto de deixar o software humanamente intestável. Uma vez que um único parâmetro pode deixar de percorrer uma grande parte do código, imagine a combinação de inúmeros parâmetros ao mesmo tempo. 

Por outro lado, quando se cria uma base estruturada de processos não parametrizáveis, mas que permita incluir personalizações particulares para atender cada cliente, pode ser uma opção que ajude a especializar o atendimento das demandas dos clientes “privatizando” o código dos seus processos específicos e permitindo que seus clientes tenham autonomia para ajustar o sistema, criando telas, campos, relatórios, validações, procedimentos etc. 

Tecnicamente, no que tange atender as necessidades específicas de clientes, ter um software personalizável com código aberto pode ser mais sustentável para a prestadora de serviço e satisfazer mais os clientes que fazem uso dele. Contudo, vale lembrar que as parametrizações ainda passarão a fazer parte desse software usando configurações de informações para definir um padrão em processos que são automatizados e bem definidos. 

Configurabilidade e longevidade: a base do Core Up  

Pode-se dizer que uma forma muito interessante de desenvolver soluções configuráveis — e, consequentemente, garantir a durabilidade e a flexibilidade do software — é por meio da inclusão de ferramentas que possibilitem aos clientes realizar ajustes de forma independente, garantindo que seus processos estejam sendo assistidos pelo sistema e possam ser readequados quando a empresa achar que deve. 

Essa lógica é justamente o que o Core Up, da DB1, oferece: um núcleo configurável que permite evoluções contínuas sem comprometer a estrutura principal do software. Isso melhora a qualidade das linhas de código da base do sistema, por permitir maior profundidade de testes, além de aumentar a satisfação e as possibilidades de as empresas atenderem seus processos específicos, sem precisar trocar de sistema sempre que alguma parte não atender suas necessidades informacionais. 

Em outras palavras, soluções configuráveis como o Core Up são pensadas para durar gerações — evoluindo com o negócio, não contra ele. 

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