Modernizar um sistema legado é uma das tarefas mais desafiadoras para lideranças técnicas. Afinal, não se trata apenas de tecnologia, mas de entender a história viva de um digital core que sustenta processos críticos e a cultura de uma empresa.
O dilema entre manter o que funciona e inovar com segurança não se resolve com soluções apressadas. Exige análise profunda, respeito ao que já foi construído e clareza sobre a direção do negócio.
Neste artigo, propomos uma abordagem equilibrada para modernizar o sistema legado, evitando rupturas cegas e promovendo valor de forma sustentável. Boa leitura!
O conceito de tecnologia core (ou digital core) refere-se ao conjunto de tecnologias que estruturam os processos essenciais do negócio. Não se trata apenas de sistemas, mas da infraestrutura que garante operação, segurança e escalabilidade.
Por exemplo, em uma empresa do setor financeiro, o sistema legado pode conter todas as regras de cálculo de crédito desenvolvidas ao longo de décadas, com base em um profundo conhecimento do mercado e do perfil do cliente. Já em uma empresa de logística, o digital core pode abrigar algoritmos otimizados de roteirização que foram calibrados ao longo dos anos para atender demandas específicas de operação.
Tratar o sistema legado como um fardo pode ser um erro crítico. Afinal, muitos sistemas legados armazenam lógicas de negócio valiosas, maturidade de processos e regras que sustentam a identidade da empresa.
Tecnologia core, portanto, é também um repositório de conhecimento. O segredo é saber identificar o que deve ser preservado e o que precisa evoluir.
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Um sistema legado pode travar a evolução quando sua manutenção se torna cara, lenta ou insegura. Indicadores comuns incluem:
Do ponto de vista de quem lidera um time técnico, isso significa ter que negociar constantemente prazos com stakeholders enquanto tenta manter a operação rodando com código que ninguém mais quer mexer.
O acúmulo de dívida técnica é outro alerta, pois existem contextos em que qualquer mudança exige mapeamento manual, testes demorados e alto risco de regressão. Por isso, quando a estrutura do sistema legado impede ajustes simples ou limita a adoção de novas tecnologias, é hora de agir com coragem e dados na mão.
Ainda assim, optar por reescrever todo o digital core do zero pode ser mais arriscado do que parece. Um rebuild completo envolve prazos longos, alto custo e riscos de perda de funcionalidades críticas que estão, muitas vezes, mal documentadas. Muitas empresas passaram por projetos em que a promessa de "reescrever melhor" terminou em atrasos, retrabalho e perda de conhecimento acumulado.
O caminho mais inteligente costuma exigir por uma abordagem mista, onde mantemos o que está estável, criamos camadas novas e adaptamos a arquitetura de forma progressiva e mensurável. Afinal, modernizar é sobre mitigar riscos, não criá-los.
Modernizar não é sinônimo de destruir. Uma modernização bem planejada parte da premissa de que o sistema legado representa mais do que linhas de código antigas: ele carrega a memória operacional da empresa.
Na DB1, respeitar esse legado é uma regra, inclusive quando estamos prontos para transformá-lo. O respeito, nesse caso, se traduz em escuta ativa, revisão crítica e zelo pela coerência técnica do que já foi construído.
Componentes estáveis devem ser reaproveitados sempre que fizer sentido técnico e estratégico, e isso não é uma escolha por comodidade, mas por eficiência. Refatorar códigos-chave, aplicar replatforming e desenvolver APIs sobre o legado são decisões que exigem domínio técnico e visão sistêmica.
Refatorar códigos-chave é o caminho quando há valor em manter a lógica de negócio existente, mas com uma estrutura de código modernizada, legível e sustentável. Replatforming, por outro lado, permite mover a aplicação para uma infraestrutura mais moderna (como sair de servidores on-premises para cloud), sem reescrever toda a base.
Já as APIs oferecem um caminho rápido e eficaz para expor funcionalidades do sistema legado a novas aplicações, sem depender de reescritas. É como criar uma camada de diálogo entre o passado e o futuro da empresa.
Essas decisões exigem domínio técnico, visão sistêmica e, principalmente, clareza sobre os impactos de negócio que cada abordagem representa.
Na prática, isso significa criar pontes entre a arquitetura atual e a desejada, sem perder o ritmo da operação. Significa saber quando preservar um domínio funcional, onde a regra de negócio está consolidada, e quando abrir espaço para inovação, modularidade e escalabilidade.
Ao priorizar funcionalidades que entregam valor imediato ao negócio, as equipes ganham agilidade, mantêm a segurança e reduzem a pressão por substituições drásticas e arriscadas.
Veja também outro artigo que fala sobre o tema: “Dicas para desenvolver um produto de sucesso”!
Projetos de evolução do sistema legado exigem alinhamento constante entre liderança técnica e o negócio, e isso vai além de reuniões de status. Trata-se de reconhecer que a empresa especialista no seu segmento, mesmo que não seja de tecnologia, é quem entende com profundidade as regras, o comportamento do cliente e o impacto real de cada operação. A tecnologia existe para servir a esse conhecimento.
Ao mesmo tempo, uma empresa de tecnologia como a DB1 tem como missão dominar os meios para viabilizar essa transformação com qualidade técnica, método e visão de longo prazo. Nossa responsabilidade não é substituir o conhecimento do cliente, mas traduzi-lo em soluções seguras, escaláveis e com o melhor time-to-market possível.
A transparência sobre roadmap, riscos e investimentos é vital. Mais do que convencer, trata-se de co-construir com todos os envolvidos, trazendo clareza sobre os motivos por trás de cada decisão, sempre com respeito ao que já foi construído.
Metodologias ágeis e squads especializados em transformação ajudam a manter o digital core adaptável, testando hipóteses com rapidez, aprendendo com cada ciclo e ajustando a rota com dados e contexto, sem abrir mão da visão de negócio do cliente.
Por fim, entendemos que modernizar com propósito é reconhecer o valor do passado, entender as necessidades do presente e construir um futuro seguro, flexível e escalável.
Na DB1, lidamos diariamente com desafios de sistema legado e sabemos como preservar o que funciona, modernizando com responsabilidade e foco em resultado. Se você está pronto para reescrever sua história tecnológica sem apagar suas conquistas, visite nosso site e descubra como transformamos tecnologia core em valor real para o negócio!
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